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Mostrando postagens de fevereiro, 2017

Será que estava maluca e tudo aquilo não era real? Parte 1

A escrita apreende a sensação indizível. A escrita torna suportável o terrível Terrível o corriqueiro Maravilhoso o despercebido Escrever é escolha Escolher é necessário para seguir em frente. Tínhamos saído da faculdade e ido até o metrô a pé. Embora meu transporte saia de dentro do campus, pela companhia e pelos papos sobre política e filosofia, decidi ir até o metrô e de lá, pegar o ônibus. Chegando próxima a parada, percebi que devido ao nosso passo lento, a condução das 22:20 h já havia passado: teria de esperar o próximo, às 23:20 h. Ver meus colegas subirem a passarela e ficar ali sozinha me apertou o peito, de uma forma peculiar, como se algo fosse acontecer. Bairro universitário costuma ser violento, ter muitos assaltos e pensar sobre certamente causava agonia. Esqueço. Sento no banco da parada, à beira da rodovia federal 116. Carros e caminhões passam velozmente deslocando o ar e estremecendo a estrutura de metal. Conjecturo se o ônibus não atrasara sua saída
A expressão compenetrada Não é treinada, escapa na respiração dos poros Entra, esconde, pinta o caos de nevoeiro Que meus olhos não mostram: Eu tenho o mundo dentro de mim E dentro dele, há outros tantos que só eu conheço Céus borrados por nuvens dançantes Cores que jorram Raios que invadem o sol Fogo que corta o céu Os astros orbitam meu peito e aceleram a circulação Dilatam pupilas e expandem brônquios defeituosos Pele que inflama o pêlo que arrepia Meus mundos confusos de heterogêneos tons Bagunceiros e desordenados Se arrumar, não me perco Se intervier, perde a paciência Perde a intimidade E fica aquela sensação: uma falta de não sei bem o quê Angustia sem nome Tentativas externas de ordenar As meninas dos meus olhos vestiram-se de pernas e friezas Escondendo o caos Preservando a bagunça Afastando-a das curiosas Desde então, durmo acompanhada Acordo só Mantenho-me melodiosamente desgrenhada Sou casa desordenada Minh