Será que estava maluca e tudo aquilo não era real? Parte 1
A escrita apreende a sensação indizível. A escrita torna suportável o terrível Terrível o corriqueiro Maravilhoso o despercebido Escrever é escolha Escolher é necessário para seguir em frente. Tínhamos saído da faculdade e ido até o metrô a pé. Embora meu transporte saia de dentro do campus, pela companhia e pelos papos sobre política e filosofia, decidi ir até o metrô e de lá, pegar o ônibus. Chegando próxima a parada, percebi que devido ao nosso passo lento, a condução das 22:20 h já havia passado: teria de esperar o próximo, às 23:20 h. Ver meus colegas subirem a passarela e ficar ali sozinha me apertou o peito, de uma forma peculiar, como se algo fosse acontecer. Bairro universitário costuma ser violento, ter muitos assaltos e pensar sobre certamente causava agonia. Esqueço. Sento no banco da parada, à beira da rodovia federal 116. Carros e caminhões passam velozmente deslocando o ar e estremecendo a estrutura de metal. Conjecturo se o ônibus não atrasara sua saída