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Mostrando postagens de novembro, 2017
E não houve aquele momento de final, onde eu pudesse ter tido o tempo suficiente pra reconhecer a exatidão dolorida das tuas palavras. Pro meu orgulho talvez, não há mérito, nem acertos, nem originalidade em porra nenhuma do que disse: eu tenho os olhos do meu pai. E por todas as ruas os antigos familiares me diziam a mesma coisa de um homem muito velho e carrancudo que eu vi em uma foto em uma igreja católica num batizado. Só reconhecia a minha mãe naquela foto. Ela olhava ternamente, com um sorriso genuíno no rosto, para volumosos panos brancos em seus braços, que os familiares antigos por todas as ruas da cidade diziam que era eu. E aquele homem, de olhar penetrante e cara de contrariedade, longe dos braços dela centímetros suficientes para atestar o protocolo da foto: o resto da célula somática. Por alguns anos isso foi o que conheci desse desconhecimento, a quem todas me atribuíam os olhos, que tanto odiava na adolescência, por achar pequenos demais. Horas no espelho com lápis