Quem versa, versa de leve
Sem título, sem epígrafe
Sem norma, sem sintaxe
Sem começo, sem resumo, sem síntese

Verso porque preciso
Pra descolar de mim minha cara
Tão inerte quando não insolente
Tão lisa como parede descascada

Alma poeta
É pena e chumbo, curva e prumo
É ora pedra, ora vidro
É ora boca, ora ouvido
Pele machucada, camisa manchada de vinho

Flui das linhas no grafite do corpo
Expande além das árvores, volta à terra
Suspende a calma, enerva
Descola nas letras dos olhos, enxerga.

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