Sem Coragem pra Pular parte 2

-Que rufem os tambores da selva pra ti, que virou uma letra seguida de um ponto sem rosto e sem outras coisas mais, covarde, escondida, pseudo- rebelde. Tua alcunha? M ponto ( = M.) (Entra sonoplastia com tambores rufando)
-Antes de mais nada, minha querida plateia de um homem só que por curiosidade esteja aqui....preci....
Chamam no ponto, peraí. ( O que você está fazendo?)
OOOOO diretor filha da puta, legista do IML, quero contar minha historinha depois de tanto tempo guardada, a última vez foi em um picadeiro comendo pipocas e vendo uma decrépita gritar por causa de mim. Hoje sabemos que somos várias, de espécies diferentes, mas que eu não se livrará tão fácil do que tenho a dizer. Principalmente quando eu descobriu que não existe autor ( pela letra do Foucault), e me liberou ainda mais com esses filósofos chapados que eu lê.
Voltemos!
- Querida plateia, chutei o legista do IML. Ele é frio, ele chora, ele chora pelo amor perdido. e é ele msm. Só algo do gênero masculino poderia ser tão imbecil.

-Vou contar uma linda historinha que começa quando o legista sai de cena. Com toda a minha loucura, urrando minhas dores e minhas sensações sem nome.
- Fatos primeiros: É óbvio que é graças à uma paixão que volto. Antes, tentou-se fluxo de consciência, mas toda consciência é fluxo, já que somos muitas. Eu sou a que é temida, e não aquela teme, mas relato a que treme. Hoje, não tem médico, hoje não tem remédio pra dormir, hoje tem peça de teatro da desgraça, pior que Machado de Assis, que mostra a cartomante pra matar os amantes no final (né? pau no cu!). Os personagens são apresentados por ato, ou conforme foram aparecendo: as regras aqui não valem. Take places!

Hoje, é peça de teatro da desgraça!

Personagens:
Consciência 1
Professora
Mana: a sempre presente, a honra, a valiosa.
M.: presença não presente.
ATO 1
CENA 1
As cenas são prescindidas de densa ambientação psicológica. Mas desta vez é sem drama, é descritivo, mas o descrito é pesado, é flamejante.

Ambiente 1:
Acordada sem ter ido dormir. Porra do caralho, como ela pôde? O peito pesa maldito. às 04:31 acabara a ladainha, cansada, uma carteira de cigarro mais perto da morte, olhos inchados de lágrimas que não caíram tanto quanto deveriam. Acabara de escrever uma parte da porra do relatório, estava cansada, involuntariamente solteira através do Whats App. O escritório com roupeiro bege estava lá, presenciara tudo, com seus móveis mudo. Tudo fedia a cigarro. Há mesa, cadeira que gira e luminária acessa.

Consciência 1: Bom, o dia vai começar. Tomo banho, entrego o relatório e vou vê-la. Deixa eu pensar no bus. E se ela não for? bom, nesse caso, levo a minha canga, deito atrás de uma parada, ou em uma praça próxima caso esteja vazia e durmo. E se ela for? O que farei? Meu deus, estou tão nervosa que preciso me cuidar pra não vomitar tudo que pensei quando ela me falou. Vomitar que eu a amo, vomitar que a quero demais, vomitar que ela é uma covarde por estar fazendo isso, e que além de covarde, está cometendo uma grande injustiça. E se ela quiser voltar? E se passar mal, e começar as ideações que o Brenno comentou ser perigosas: estarei na beira de uma avenida movimentada. Não. Não vou.CENA 2 Essa merda de ônibus que não...PUTA MERDA!
 E para o ônibus, quase passando a parada. O corpo cansado desliza no banco, e adormece até seu ponto de chegada.

ATO 2
CENA 1

Ambiente 2:Museu de Ciências Naturais da Universidade. Porta de vidro, animais empalhados. já estivera lá, com M. A sala da aula é pequena, atrás de uma porta com letreiro de de intificação. Não perde em nada para um hospital.

Professora: Aqui, o se fica junto do que, não separa. Sujeito e complemento juntos. Muito bom. Aqui, vamos por uma tabulação. Que estranho, está desformatando tudo. Aqui, ó, isso dá pra expandir. Tu pode tirar as imagens dos anexos e trazê-las pro meio do texto. Essa vírgula fica aqui. Faça frases curtas. Ó, isso tem que aparecer lá na tua introdução. Ficou confuso, foi elas que produziram ou tu que produziu com estes materiais? Vai ter que separar o que transcrição tua e o que é produção delas.Vai falando enquanto vou arrumando...

Entra em cena a Mana.

Professora: Olá (....), tudo bom?

Mana: Tudo prof. Oi mana!

Consciência 1: graças a deus a mana tá aqui!!!!!. Oi mana! Tu vai me esperar? Cara eu preciso de um abraço da mana.

Mana: Vou sim. Vou ali almoçar com as gurias e te espero ali no chimarródromo, pode ser?

Consciência 1: Pode sim mana! até depois....

Mana: Até gente.

Professora: Tchau (...).

Consciencia 1: Tá prof, olha só, que tu acha de usar dois casos meu deus o meu coração aperta mais detalhados pra ilustrar as categorias me ajuda minha mãe Timboá, não me deixe acontecer nada na rua esperando por ela, ela indo ou não de análise, daí junto os exemplos mas explico as mais férteis preciso olhar naqueles olhos, mesmo que seja a última vez, ela não pode terminar comigo por Whats App!!!! daí agrupo todas, destacando do conjunto de pichações no geral e analiso duas em detalhes aff termina logo...., o que tu acha?

Começa a chover torrencialmente.

Professora: Pode ser. Nesses é bom tu por imagens bem legíveis... meu deus, olha a chuva....É, tu tens boas análises. Engorda teu relatório com desenvolvimento teórico no capítulo dois sobre o que já conversamos. Dá pra entregar tranquilamente até sábado. Nossa, tu quer uma carona? Tá chovendo muito. A não tu vais ver o (...) Olha lá, ele tá ali te esperando.

Consciência 1: Sim prof, eu vou ali com ele. Até mais, obrigada pelas dicas e bom fim de semana.

Ambiente 2: Fora do Museu, uma pequena lancheria fechada,  com toldos para aparar a chuva e o vento. Cadeiras de madeira pra cima. A ideia era remeter a cultura gaúcha. O lugar chama-se "Salchipão", e como todo o resto, está vazio. Exceto pela Mana.






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