Corre em meu corpo, feito eletricidade, o teu perverso registro em minha pele
Quando te escrevi linhas dizendo que abre aspas vou anular o registro do teu corpo no cartório fecha aspas
Falava a mim
Avisando-te de minha intenção
Não estava mentindo
Estava como aqueles caras engraçados com bandeirolas nas mãos,
fazendo nada além de marcar o caminho do pouso para o piloto na cabine
Não tenho as respostas prontas.
Não sou arquivista e ainda não encontrei tua certidão
Ou talvez você a tenha comido vorazmente
Pra registrar-se de modo diferente
Eu também sinto falta de um não sei bem o quê
E como poderia não sentir
Perdi minhas mais belas conquistas
Minhas mais promissoras possibilidades
Aquela luz que não me iluminava, mas que servira como farol ao marinheiro
Eu te grito isso
Eu te mostro isso
Mas falamos em línguas diferentes
Você não me entende e eu não te entendo
Eu não te entendo, eu te sinto
Sinto tuas profundas angústias, tuas tristezas, teus amores, teus ardores.
E todas essas intensidades que não entendo mas que sinto
Me fazem querer-te perto, dentro
Dentro do meu abraço
E todas as vezes que preferes te calar, eu sinto o peso do teu silêncio
Todas as vezes que me falas sem tradução simultânea eu sinto as interpretações
Todas as vezes que tu abre a boca para vibrar tuas pregas vocais
Eu sinto tuas emoções
E enquanto eu sentir
Eu ouvirei as palavras que não entendo
E compartilharei de tuas emoções
Esta é a honraria que dedicas a mim.
E eu, suporto a honra?
E compartilharei de tuas emoções
Esta é a honraria que dedicas a mim.
E eu, suporto a honra?
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